Futebol Santiaguense

Meus amigos, não tenho a pretenção de aqui nesse espaço formalizar opinião própria e tão pouco as palavras aqui escritas são de interesse particular ou para cunho de imprensa ou criticas. A nossa vontade é de que os conteudos aqui escritos tenham a única intenção de conhecimento do que vi desde que era criança no futebol de Santiago-RS. Sei que existem livros sobre o futebol de santiago mas nunca é demais para que todos possam saber porque a cidade de Santiago é tradicional no esporte futebol. Quando menino ainda junto de meu pai Getúlio Brasil Vielmo, fui pela primeira vez ao Estádio do Cruzeiro de Santiago para acompanhar um jogo amistoso entre o Cruzeiro de Santiago e o Grêmio de Porto Alegre. Não lembro bem a data mas creio que foi entre o ano de 1978 e 1979. Meu pai gremista queria que eu tivesse a oportunidade de ver o Grêmio jogar. Ainda menino em pé perto da tela olhei todo o jogo. Lembro do goleiro Espeto, que era amigo do pai. Também lembro do Lateral Nereu e do Zagueiro Pato todos jogadores do Cruzeiro. Nascia nesse jogo um torcedor apaixonado pelo estrelado santiaguense, mas que só fui ter essa certeza anos depois. Não cheguei a presenciar meu pai jogando futebol, mas segundo meu tio padrinho João Paulo Cadó Cogo, ambos jogavam no time do Rancho Grande da Vila Betânia. Nessa época as equipes do interior de Santiago jogavam em localidades do munícipio sempre com público para ver as partidas. Segundo o tio conta no Boqueirão não era jogo fácil. Campo pequeno jogo pegado. Quando eu tinha uns 10 anos uma vez fui junto de meu pai olhar uma partida la no campo dos Lavardas o futebol apresentado era de imposição física. A raça é que mandava em campo. Quando comecei a jogar futebol no bairro dos Castilhos, a primeira camiseta que vesti foi do Alagoas do meu amigo Plínio, no campinho da esquina de casa. Quando já estava com 11 anos comecei a jogar com a gurizada maior que tinha umas rivalidades entre os polga, e os escovinha e seus irmãos e o pessoal do Alto da Boa Vista. O Rogério Polga e seus mano era um time. O Cláudio Manzoni tinha outro. Tinha ainda o jogo dos adultos onde o seu Astrogildo como mais velho era respeitado e separava os times lá no campinho perto da sanga. O campo dos caraguata, é meu amigo ali o bixo pegava o time dos monteiros era o bixo papão das tardes de futebol. Essa meninada era muito boa no futebol. O goleiro Que-queo, o Toninho Chorão o Hervê Gatiboni, Rogério Polga o popular boca, meu irmão Toninho Cerezo, o Pimenta, o Pica Pau e tantos outros que não lembro mais faziam frente aos adultos comandados pelo jogador Lambari e seus manos. Essa rapaziada ia lá no cruzeiro e jogava de igual para igual com o time do senhor Romeu Gulart Jaques, fundador do Cruzeiro. Acompanhei os meninos já adolecentes jogarem pelo Palmeiras do bairro Castilhos, os jogos no campo da Termo Elétrica aos domingos eram emocionantes. Os torneios terminavam já de noite. Os cavernoso como era chamado o time do Palmeiras era muito bom em casa eles não perdiam jogos. Os classicos com o Flamengo dos Perache e o bom time dos Colpo eram sempre partidas fortes, com jogadas rispidas. Aos 13 anos fui morar na vila nova pertinho do campo do ferroviário. Ali acompanhei junto do meu amigo de infância Flávio Ivo Amarante o popular Kinha jogos de torneios de final de Semana. Algumas equipes ainda lembro: O Corinthians já era forte e tradicional, O Lasca Fogo também, O Bangu era um time ali do bairro. Surgia também o Força Jovem da Gaspar Dutra. O Palmeiras e o Ferroviário eram os times de maior rivalidade se não me engano. Não lembro bem mas no ano de 1983 fui no Campo do Cruzeiro olhar uma final que se não estou equivocado foi entre o Cachoeirinha e o Riachuelo. Foi uma fumaceira que só vendo o público eufórico empurrando as equipes para ser campeão. Lembro vagamente mas me parece que o Cachoeirinha foi o Campeão. Em 1984 o Cruzeiro de Santiago começou a jogar a segunda divisão do futebol Gaúcho. Fui varias vezes assistir aos jogos. Alguns jogadores lembro muito bem: O goleiro Zangão, o raçudo Chicão, o Bola, o Pedrinho Aguirre. Em 1986 o time estrelado já contava com o goleiro Papalia, o Lateral Paulinho Oliveira, Gringo Amarante ótimo meia esquerda, Claudinho Atacante rápido, Jaime centroavante de área. E tantos outros. Já no ano de 1987 o time contava com jogadores de fora de Santiago. Mas Paulão, Teti e o Pica Pau eram pratas da casa. E tantos outros bons jogadores que eram Santiaguenses. O Cruzeiro de Futsal também estava no Estadual, grandes jogos no clube Sete. Os mano metralhas ou Tusi eram os goleiros. Miguelzinho, Zeca Tamiosso, Chicão, eram os experientes. Sé, Galego, Rui, eram destaques do time. O grande rival era o Itapemasa da cidade de Itaqui-RS. Após anos de disputa o Cruzeiro fechou o futsal e também o profissional de futebol. Época difícil passou anos até surgir novamente o Clube Sete/Santiago de Futsal no início dos anos noventa. Santiago ganhou o ginasião para que o público melhor acomodado ver grandes jogos. O Futsal Santiaguense classificou-se para a Série Ouro, Elite do Futsal Gaúcho. Jogou em Santiago jogadores como Fininho, Choco, Edison Pool, Bage pela ACBF. Barbosa, Ortiz pelo Internacional. Seco, Indío pela Ulbra. Que época inesquecível para mim torcedor apaixonado pelo futebol Santiaguense. O futebol amador criou força em 2002 surge a Liga Santiaguense de Futebol. Os clubes se organizam vão em busca de competições fortes de nível, encontram no Prefeito Chicão o apoio necessário. Por ser um desportista e entender o que o povo do futebol queria Chicão empenhou-se para entregar o Estádio Municipal. O futebol amador agora tinha casa. Deixo aqui o reconhecimento do homem que jamais vi dizer não ao futebol Santiaguense. Lutou sempre pelo esporte que mais gostava jogar futebol. Hoje em dia a Liga Santiaguense de Futebol conta com mais de 4.000 atletas filiados e muitos clubes amadores em atividade. Mas essa história será contada no futuro por outros desportistas que como eu sabem que Futebol em Santiago é Tradição. Texto de Renato Genro Vielmo.